Pessoal

Post de aniversário

Que droga de ano, meus amigos. É a segunda vez que tento escrever esse texto, porque da primeira ficou tão negativo e cheio de mimimi que fiquei com medo de receber slides com anjinhos e mensagens de auto-ajuda por e-mail. Não sei se essa tentativa vai ser muito melhor, mas o importante é tentar.

Na verdade, o fato do importante ser o tentar foi o que me motivou a uma segunda tentativa. Explico. Depois de um ano inteiro de dor, operação e até a volta da depressão, me vi querendo “ser menos ansiosa” e “aproveitar mais o momento” porque eu “estou sempre esperando o futuro acontecer”, do tipo “quando eu fizer isso”, “quando eu tiver aquilo”, etc.

O que me abriu os olhos para isso foram muitos pequenos detalhes, arrematados pelo livro Comer, Rezar, Amar. Ele conta a história da autora, Elizabeth  Gilbert, que entrou em depressão depois de sair de um casamento e passou um ano viajando para se reencontrar. Acredito que essas pessoas escrevem esses livros porque nem todo mundo tem dinheiro para ficar um ano viajando para se reencontrar, então a gente vai na viagem alheia.

Foi esse livro que me apresentou 1) o “calma cara” way of life 2) o yoga 3) a esperança de ser uma pessoa mais calma e equilibrada. Eu notei que a vida toda fiquei esperando as coisas acontecerem e não vivendo o momento, então resolvi cortar isso.

Mas depois de uns três meses fazendo de tudo para conseguir pelo menos COMEÇAR esse caminho mais leve e mais calmo, uma conversa em voz alta sobre isso me lembrou de uma outra passagem do livro. Liz estava no retiro espiritual e queria ser a menina-quietinha-do-fundo-do-templo, o que era contrário à sua pessoa. Ela é uma escritora, viajante e jornalista. Fala pelos cotovelos, faz amizade com todo mundo e é muito ativa. Quando ela decidiu ser mais quieta, sua função mudou de lavadora de chão para recepcionista. Um jeito do Universo dizer para ela aceitar sua natureza. E foi aceitando a natureza de faladora que ela, guiando grupos de meditação avançada, conseguiu ser a menina-quietinha-do-templo.

Acho que eu fiquei tão loucamente focada em ser menos ansiosa que acabei ficando mais ansiosa e frustrada. Qual é, afinal, o limite entre lutar para ser uma pessoa melhor e começar a ser outra pessoa? Quando começamos a deixar de ser “melhores” para apenas entrar nos padrões de todo mundo?

O que é ser uma pessoa melhor, para começo de conversa? Uma pessoa mais gentil, mais amável, simpática? Uma pessoa mais inteligente? Mais… quieta? Mais madura?

Eu já nem sei mais o que eu quero melhorar em mim, sabe. Talvez seja justamente o oposto do que eu tenho feito. Nessa luta doida de tentar “melhorar” eu tô negando quem eu sou.

Eu sou impulsiva. Agitada. Conversadeira. Sociável. Comilona. E não tem nada de errado nisso. Eu não preciso ser menos comilona. Melhor: eu não QUERO ero ser menos comilona porque eu gosto muito de comer. Talvez eu goste muito de ser ansiosa e impulsiva também. Talvez sejam esses o temperos que deixam meu “caminho” (poque a felicidade não é o fim, é o caminho) mais interessante. E tudo bem se tem gente que gosta de comida sem sal/pimenta e gente que toma chá/café sem açúcar; eu não preciso ser igual.

Talvez o mais importante sobre mim é eu ser quem eu sou e deixar as pessoas serem como elas são. Me aceitar com as minhas esquisitices e deixar as pessoas com as esquisitices delas e amá-las por isso. Não apesar disso, mas justamente por elas serem esquisitas e diferentes.

Meu 2013 e meus 25 anos foram uma droga, sim, mas foram um ponto importante na minha trajetória. Eu não sei dizer se estou menos adolescente e mais adulta (mesmo morando sozinha, afinal, morar sozinha não quer dizer muita coisa quando se trata de maturidade), mas eu certamente estou mais Marta Preuss e muito mais tolerante com as outras pessoas. Talvez isso seja um bom começo para 2014. E se não for, bem, é o que tem para hoje.

Um comentário em “Post de aniversário”

  1. denovo e mais uma vez <3! 2013 difícil para a maioria das pessoas que me cercam, mesmo que de longe. ainda assim, acho que você sabe que me identifico. dores, obstáculos, recuperações, mudanças, melhoras. tudo serve pra evoluir, se não por bem, como a gente sempre iria preferir, por dor mesmo. é um saco, mas graças a deus a gente sempre sobreviveu. assim como você ainda tô na luta, mas não me falta força, falta um pouquinho de paciência, mas é assim mesmo. como você disse, a gente tem que se aceitar, tentar mudar é bom, mas tem que saber dosar também. felicidade é um caminho, 2013 teve muitos pedregulhos, mas a esperança vive e se a gente vive com im pé no futuro o lado bom é que, enquanto finalizo este ano pesando o bom e o não tão bom assim, o desejo é que 2014 venha como uma graminha verde, daquelas com cheiro de vida, pra gente poder correr em cima. 😉
    Feliz Aniversário Má! :*

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