Relatório de voo

O dia que perdi o celular. E o autocontrole.

Então que comecei um emprego novo essa semana, graças ao bom Deus que não me deixou em casa sozinha cuidando dos gatos e passando uma vassoura e lavando as cuecas do meu marido (nada contra quem curte mas eu fiquei apavorada com a possibilidade). Comecei na quinta-feira e na sexta voltei para o terminal com um colega novo de trabalho – que por acaso é amigo de um amigo do twitter porque em SC todo mundo conhece alguém que conhece alguém.

(na verdade eu tenho um bingo quando conheço alguém aqui: a pessoa vai ser – paraense; – gay; – morar no continente; ou os três, como é o caso do Kleiton. Beijos, Kleiton, sdds).

Enfim, ele insistiu pra gente pegar outro ônibus até em casa (porque ele é meu vizinho) mas eu ia encontrar o Eduardo na plataforma B mesmo e acabei ficando por lá. Sentei no banco para esperar e.

cadê.
o.
celular.

Revirei a bolsa toda, botei a mão no bolso da calça mas era uma calça apertada com bolso raso e putz, certeza que ficou no ônibus. Eu tinha descido na mesma plataforma e voltei correndo, o ônibus tava lá ainda, entrei pra olhar e óbvio que nada né. Desci e perguntei para os motoristas e cobradores e óbvio que ninguém viu.

Perdi a porra do celular.

Mas aí eu vi um rapaz mais alto que eu com um iphone 5c branco com a tela rachada e eu já não tava muito normal né eu tava toda acelerada eu tô justificando porque tenho muita vergonha de ter feito isso, mas eu falei “moço posso ver seu celular? ele é igual o meu que eu perdi” (as ideia) e ele “não, ow” e eu SEGUREI O BRAÇO DELE e falei “deixa eu ver o celular” e ele NÃO OW CAI FORA e eu vi que a tela era quebrada em cima, e não embaixo, e disse DSCLP PARECIA O MEU e saí correndo de vergonha.

Aí comecei a chorar e tal.

Note. Se tinha 01 momento na minha vida pra eu perder celular era esse. Eu ainda tenho a rescisão da firma, pude comprar outro e um bom (btw Moto G3 turbo). O pior de tudo foi eu, Marta Preuss, ter acusado uma pessoa do nada, sem qualquer prova, e ainda pegar no braço dele e gritar com ele no terminal.

Me desculpa, moço. Eu perdi o controle.

Primeiro pensei em escrever esse texto, depois achei que isso só ia me redimir e eu tenho mais é que sofrer esse arrependimento sim porque eu fui fdp, depois a vergonha cresceu tanto dentro de mim que revi a cena antes de dormir e foi uma merda. Daí sei lá, tô escrevendo, mas não quero perdão popular nem provar nada.

Mas é estranho pensar que eu, sabe, eu sou uma menina otária e doce, eu ajudo as pessoas na rua, eu sorrio para os que me pedem dinheiro, eu reciclo meu lixo e tenho até um tapetinho de yoga. No geral, me considero uma pessoa boa, as in tento ser o menos escrota o possível e aprender o máximo possível como não ser escrota.

Só que ainda sou humana e PLAU. Fui escrota de novo. Meh.

É meio isso, só queria desabafar, obg dnd.

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